24 de abr. de 2010

Resenha Lapa 17.04 - Por Luiz

Resenha por Luiz
chutenoolho.wordpress.com

Show: The Smiths Cover – Rock& Blues Club Lapa (17/04/2010)

A Lapa é um bairro do Centro do Rio famoso por sua boemia, os Arcos, e possui muitos espaços para que músicos possam apresentar seu trabalho. Há bares, botequins, tanto os chamados “pés sujos” quanto os considerados “pés limpos”. As opções noturnas são variadas e posso até chamar de democráticas, pois todas as “tribos” têm espaço. Curte samba? É o que mais tem. Funk? Também. Música eletrônica, MPB? Não faltarão. E o bom e velho Rock?Mudei para cá há poucos meses, e ainda estou explorando as possibilidades de entretenimento e fazendo um reconhecimento dos espaços, seus frequentadores, algumas vezes caio em ciladas, isso faz parte do processo, no entanto, surpresas muito agradáveis surgem.

Sabe quando chega o fim de semana e você sente algo como “there’s a club, if you’d like to go You could meet somebody who 

really loves you” (How Soon is Now – The Smiths). Então, no último sábado, soube que uma banda cover do The Smiths faria um show aqui. Sou fã de Smiths e fiquei muito empolgado com a 

oportunidade de finalmente assistir tal apresentação.Na verdade a surpresa foi melhor do que eu poderia imaginar. O local é uma espécie de club onde bandas de rock e blues tocam, o ambiente é agradável e pelo tempo que estive alí, senti como se tivesse sido transportado para outro lugar, não era a Lapa que eu 
conhecia. Poderia facilmente imaginar que estava em um pub inglês, e os verdadeiros responsáveis por essa viagem foram os integrantes do The Smiths Cover.

Os músicos começaram com um clássico, “Ask” e o local quase veio abaixo, tamanha fora a agitação dos presentes. Tocaram até “Irish Blood, English Heart” e “Suedehead” da carreira solo do Morrissey. Eu só havia conseguido reservar uma mesa praticamente ao lado esquerdo do palco e foi até bom, como se pudesse fazer parte do grupo. Não resisti, levantei e me pus a cantar e dançar. Os integrantes da banda são excelentes. Tocar The Smiths como eles fizeram não é para qualquer um. Algumas músicas são realmente de
difícil execução, mas com muita competência, talento e amor ao The Smiths, senti que fizeram o melhor que puderam e dessa maneira emocionaram a mim e ao público, o qual prestigiava e participava ativamente cantando junto até canções menos conhecidas.O vocalista, Roberto Freitas, interagiu com os fãs, agradeceu a presença de todos, não só naquela ocasião, mas também em outros shows e conhecia alguns até mesmo pelo nome. Ao contrário de outros artistas, o nosso Morrissey “made in Brazil”, é uma figura super simpática, carismático, possuidor de um inglês e timbre afinados. Ao chamar o guitarrista Flavio Chaves de “nosso Johnny Marr”, este humildemente sinalizou algo com as mãos como “menos, menos”, e eu como um eterno estudante de violão ficaria satisfeito em tocar metade do que ele sabe. Foi um show memorável por vários motivos, emocionante em sua maior parte, e se você perguntar aos presentes o porquê, as 
respostas serão as mais variadas uma vez que as músicas dos Smiths tocam as pessoas de formas muito particulares, falam de sentimentos, relacionamentos e por tudo isso são muito intensas. Mas em alguns momentos também dei boas risadas. Uma delas foi quando da apresentação dos músicos e o Roberto contou que o baixista, João Ricardo, antes era apenas um fã e acabou tornando-se integrante da banda e eles
nem faziam ideia que ele era tão talentoso, a resposta foi “-Eu matei o antigo baixista”. O baterista, Anderson Lennon, deu o ritmo certo e por vezes eu não liguei para o senso do ridículo e tentei acompanhá-lo como um “air drummer”.

Foi realmente emocionamente para mim quando com minha voz rouca gritei: “-TOCA CHARMING MAN” e alguns segundos depois ouço os primeiros riffs de “This Charming Man” serem executados. Como vou explicar? Fiquei até arrepiado. Você tinha que estar lá para entender. Não vou comentar cada música do set list para não me prolongar demais, mas não deixarei passar em branco “There is a Light That Never Goes Out”, linda, encerrando a primeira parte, e após os gritos de “VOLTA, VOLTA”, fomos presenteados no bis com “Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me” (haja coração), “Still Ill”,“Girfriend in a Coma” essa totalmente de improviso para atender a súplica de uma fã, mas nem parecia que não teve ensaio, ficou excelente, e fechando essa noite especial tivemos “Bigmouth Strikes Again”. Infelizmente não tocaram “I Know It’s Over” e “Please, Please, Please, Let Me Get What I Want” que havia solicitado nacomunidade
do Orkut
, mas compreendo que não dá para atender todos os pedidos.
Quem sabe na próxima?

Ao término, desci as escadas e o baixista estava lá, o cumprimentei, parabenizei e agradeci pelo show maravilhoso. Ocorreram alguns problemas com o som, microfonia, mas pelo que percebi era responsabilidade da casa, e nada que tirasse o brilho da apresentação. Saí do Rock Club e me transportei de volta para a Lapa e sua realidade, boêmios indo e vindo, som de samba tocando alí perto, e eu obviamente
mais rouco do que de costume após cantar e gritar. Como eu disse, Smiths tocam as pessoas de formas diferentes, esse foi o show do The Smiths Cover a partir de minhas lentes. Termino aqui reproduzindo algumas de minhas expressões: “-BRAVO! BRAVO!”

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